Inacessibilidade brasileira!
Mais uma vez, venho expor a fragilidade do Decreto-lei 5296 de 2 de dezembro de 2004, esta lei foi criada pra trazer uma melhor qualidade de vida a pessoa com deficiência, e garantir seu direito constitucional de “ir e vir”, mas, o que vemos em milhares de cidades, inclusive em capitais brasileiras, é a total falta de respeito, e crimes contra a acessibilidade.
O principio básico diz que se existe uma lei, ela deve ser cumprida, se não é cumprida, quem não a cumpre, é criminoso! Vulgo “Fora da lei!”
Pois bem, bateremos mais uma vez na questão saúde, os lesados medulares, necessitam de material de cateterismo, hoje o que existe é o cateterismo intermitente e limpo, técnica que conheci através da Rede Sarah Hospitais de Reabilitação, em Brasília.
O que acontece é que, na própria capital, onde a rede Sarah opera, recebo notícias de lesados medulares, que foram orientados por pessoas dos postos de saúde, a reutilizar a sonda, ou seja, um material que tem escrito: “Descartável”, está sendo reutilizado.
Para que você entenda isso, seria como se todo dia, de quatro a seis vezes por dia, você tivesse que tomar uma injeção, e quando você vai pedir a seringa no posto, eles dão a seringa e dizem: Após a aplicação, lave a seringa “descartável”, guarde e use durante todo o dia!
É um absurdo! Se o material é descartável, ele não pode ser reutilizável, por favor, pelo amor de Deus, eu peço as ouvidorias de saúde, que parem com esse crime, praticado em postos de atendimento, mantido pelo SUS, isso é totalmente incoerente com a função do posto, que é de dar saúde, e não de contaminar o usuário.
Aqui em Curitiba acontecia o mesmo, tenho provas do que escrevo, com muita luta, consegui que o material, que somos instruídos a usar na rede Sarah, o de cateterismo limpo, fosse doado pelos postos de saúde Curitibanos, mas, essa prática horrenda, ainda é utilizada em outras cidades.
Mais caro que a doação de material de cateterismo integral, ou seja de 4 a 6 sondas por dia, seja que essa prática absurda de mandar “lavar” o material de cateterismo seja banida do SUS.
E sobre a acessibilidade arquitetônica, o que dizer? De 2004 pra 2011, somam 7 anos, e nossa lei de acessibilidade, continua a ser violentada todo dia, provas disso? Dezenas de vídeos postados nesse blog, são a prova vida, que desde 2004, pouco foi feito, e a lei é violentada todo dia, claro, por pessoas que não tem deficiência, as que tem, ainda correm o risco de serem agredidas verbalmente ou fisicamente, como já aconteceu, com pessoas que conheço.
Pessoas com deficiência, unam-se! Somente unidos conseguiremos transformar nossa realidade, em um mundo mais acessível.
Rick Villar
Acessibilidade já!
Rick, em 1978, ainda trabalhando no LESF aqui em São Paulo, em parceria com arquitetos e engenheiros do Detran e a equipe de reabilitação desse centro criamos as primeiras calçadas acessiveis, o selo de acessibilidade. Passados tantos anos, concordo com você, ainda vivemos em plena inacessibilidade.
ResponderExcluirGisleine Martin Philot
Terapeuta Ocupacional