Os gestores têm que conhecer mais a realidade da Pessoa com
Deficiência e os legisladores precisam atualizar as leis de trabalho e dar
equidade a esse público.
Muitos são os que eu conheço faltam em seus empregos, mas por
quê?
Vamos começar pelo que EU sou, um lesionado medular com dor
neuropática, eu tomo vários remédios psicotrópicos, a maioria deles me faz
dormir e tenho dificuldade de acordar ou por muitas vezes em conseguir dormir
mesmo, noites e noites em claro por conta da dor e tendo compromissos pro outro
dia, eu acordo acabado no dia seguinte, sem vontade de fazer nada.
Estar nessa cadeira de rodas não é nada, viver com dor é que
é terrível! Na mesma proporção tem aqueles que sentem dor fantasma, os
amputados, esses me relataram viver por exemplo, com a dor da amputação pelo
resto da vida, eles tomam a mesma quantidade de remédios que eu e tem o mesmo
problema pra dormir e pra acordar, dificultando sua capacidade de raciocínio.
No caso dos cegos existem um grupo que sente dor nos olhos e
a dor é na mesma intensidade do lesionado ou do amputado, as vezes é aleatória,
mas na maioria do tempo é direto, sente dor direto e ela só dá folga com
remédios, não tão fortes como os que eu tomo, mas, da mesma forma esses
remédios são apenas um paliativo pra dor.
Essas pessoas assim como eu fui, geralmente são demitidas do
mercado de trabalho pelo alto índice de absenteísmo, pois bem, acredito que a
CLT deveria ser atualizada, já passou da hora disso, não é porque essa pessoa
está de atestado médico, que ela não vai trabalhar nem fazer nada, eu
trabalharia até do hospital internado.
A dificuldade em compreender isso faz com que o gestor de
Pessoas com Deficiência demita esse público, justamente por conta de sua
própria deficiência, por isso digo que a CLT deve ser atualizada, se a pessoa
quer trabalhar e o médico deu atestado médico, que trabalhe! Tudo bem que a
atual lei determina que não possa trabalhar, o problema é que tem gente que ama
o que faz e que trabalharia mesmo com dor.
Porque muitas vezes é o trabalho que faz a pessoa esquecer
da dor, então trabalhar pra esse tipo de pessoa, mesmo com o atestado é
benéfico, acredito que pra tudo pode ser dado o poder da escolha, no hospital
mesmo quando o médico for dar o atestado, perguntar se o profissional deseja
ficar afastado, se ele não quiser, que trabalhe, que possa repor as horas que
perdeu em home Office por exemplo.
A pessoa com deficiência não pode ir pra empresa e deseja
trabalhar em casa, que trabalhe, hoje vivemos no mundo da conectividade, tudo é
online, tudo é conectado, então trabalhar presencialmente está ficando
obsoleto, muitas são as empresas inovadoras que contratam em regime de home Office,
o mercado está mudando, o mundo está mudando, então você gestor e você
legislador, tem que se atualizar, caso contrário, será engolido pelo sistema.
Avante gestores!